SONHO DE RAPEL
Amar essa mulher
Como magia de verbena
E o doce de sua boca
Faz-me sorrir sozinho
Na guarita do meu quartel
Como um prêmio de megasena
Que nasce essa vontade louca
De tanto balbuciar de improviso
Cheguei a cruzar um vizinho
Esse Pergunta:
”você viu
o passarinho?”
Era hora de ir para papel
Fiz questão da caneta de pena
Para ser mais preciso
Meu respiro um poema
Aconchego e ninho
Assim o sonho se desenha
No meu bloco de tomar nota
Do meu caos e princípios
E o pulsar que acompanha
Nas ladainhas corriqueiras
Esteja na labuta ou de bobeira
É um gelinho na barriga
Chegada desse sonho de rapel
Feito raio o corpo assanha
Vontade de menina arteira
E os olhos tornam emblema
Um portal que o querer irriga
E o desejo da mão regadeira
Que percorre todas as veias
Vasos, artérias e flores.
E que batam os tambores
Rum aos taiko do oriente
Sua essência já me permeia
SÉRGIO CUMINO