A QUEDA EM EVAS MODERNAS
Esse mundo que caminha.
Com fálico poder a frente
Ousado aliciador, engatilha.
A vivência no curso em vias
Herda o dolo do mito da serpente
Por aceitar a dialética da ciência
Saber encantos do desejo ardente
Condenada ao mau agouro que trilha
A eterna culpa da subserviência
A mulher é mãe que germina
Num mundo de desenhos insolentes
Como escrituras de véus terrenos
Faz virtude sua carência,
Couraçada em meios plenos
Como ato de sobrevivência
Mas quando ha conquista
É você mulher, que determina.
O Deus que te aspira
Seja qual for sua sina
A sobreviver nos limites das ameaças
Império da lei que inspira trapaças
Hospedam sua alma num internato
Para que nessa guerra injusta
Não se justifique os maus tratos
Tirando a divindade de seu ventre
Se o que a salva esta além
Implantam-te olhos alheios
A criação é o que você vê
Não cerâmica de medo e angustia
Amoldada para ser altar de amém
Fé que prolifera fornalhas.
Abocanhe os frutos que desejas
Há neles ancestres em totens
Que atende a força do seu grito
Que a faz eterna Gaya.
Sérgio Cumino - Poeta de Ayrá