MULHER! EU LHE ESBOFETEIO!
Não existem porquês sem nu ficar
Avarias da civilização, que polia.
Couraças para não desnudar
Poder contrario a irmandade
Mistura do solo que me criou,
Do barro de mítica origem
Essência da Mãe terra
Colo do meu espirito sim senhor
Mas o medo da essência livre de amar
Sou esculpido como lapide covarde
Moldado a uma arte que não sou
De vida de virtudes vazias
Sou cerâmica de mau agouro
Ingrato relato da historia que torna
Lacaio do chauvinismo sem valia
Barro essência da vida se deformou
Que traduz o golpe que parte a face
Minto a mim, para que sintam melhor.
E faço o teatro de péssimos atores
No tablado da cena patriarca perpetro
Absurdo da existência sem disfarce
Reciclo o belo em trauma
Subalterna quem nasceu pra Deusa
Encantos que emanam do louro
Confronto com soneto fúnebre
Renego seu amor e louvores
Da Coroa da imortalidade
Com estralo de cada tapa,
Mancha, a chaga lúgubre.
Para maquiar minha alma
Moral recheada de suas dores
Subverto a pureza e realidade
Suas ondas reverbera a mente
Resisto por excelência do couro
Da chibata, pelica e do suor da palma.
E o medo perpetua a prole
Arquiteto minha cegueira insolente
Pecadora enquanto é abadessa
Mãe criadeira que renego o leite
Quebre minha mão esse tabefe
O estigma da linha da vida
Estralo interno reverbera mente
É o lamento da resposta de Gaya
O eterno é o latejar da incapacidade,
não basta para camuflar meu blefe
pela vergonha do olhar me traia
você mulher que se bastar ser
leve e com doçura que me ensinou
a pureza do carinho!
Mãos ancestres de magia e afago,
Relaxamento do mimo,
Os mistérios e cura
Mostrou-me o caminho
E o que sou?
Lama mal queimada
Um vaso em verniz, que não entra o amor.
toque que faz o que não sou
pedir misericórdia conflita com a culpa
você mulher que sempre perdoou
respondo com marcas dos dedos a face
porque lhe bato na cara?
Pela tola vergonha do que sou.
SÉRGIO CUMINO